Robson: Vamos voltar ao início de carreira, como você despertou a sua vocação pela música? Quais foram as dificuldades encontradas no início?
Acredito que a primeira vez que eu senti vontade de tocar um instrumento, de verdade, foi em 1995, quando ouvi o lançamento dos Beatles, a coletânea Anthology. Ao ouvir aquelas músicas eu pensei: Preciso de um violão urgentemente! Meus pais me presentearam com um, e desse dia em diante, a música foi um caminho sem volta pra mim.
Acho que a principal dificuldade é lidar com a expectativa e com o julgamento das pessoas ao redor. Convencê-las de que você está levando a música de forma séria e não como um hobby sabe? Mas isso logo se resolve quando alguma coisa legal acontece. As pessoas pararam de me aconselhar a desistir assim que eu comecei a tocar com o Erasmo Carlos rsrsrs
Robson:Quais são suas principais influências?
Acredito que minha principal influência é meu coração sabe? Quando alguma coisa me toca profundamente eu sinto que preciso fazer uma canção sobre. Sou um grande fã de Raul Seixas e de Beatles, mas nesse álbum tem até uma música que fiz inspirado por Chico Buarque, por exemplo. Então, eu sou roqueiro por natureza mas estou aberto a qualquer som que me toque.
Robson:Como foi para você ter a oportunidade de ter participações ao longo de sua carreira com vários nomes da música nacional, como Erasmo Carlos,Guto Goffi (Barão Vermelho) e Dadi Carvalho (Novos Baianos)?
O Erasmo foi um divisor de águas da minha vida, ver de perto a rotina de um monstro sagrado da música brasileira é uma experiência ímpar, venho aprendendo muito ao longo desses 7 anos em que toco com ele. Uma das mais importantes lições que tive observando o Tremendão em ação foi a de aprender a “sentir” a música, nunca tocar “burocraticamente”, mas interpretar sempre com o coração, mergulhando no universo de sentimentos que cada música precisa. O Guto e o Dadi foi mais uma grande honra e sorte na vida. Fiz o convite para eles gravarem a primeira música que lancei como artista solo, a “Já Não Quero Mais”. Pude contar com toda bagagem desses meus ídolos que abençoaram a minha carreira solo logo no iniciozinho!
Robson:Vamos falar do seu novo trabalho "visceral". Bom, por que o álbum foi assim intitulado? Tem algum significado em especial pra você?
O Título quem deu foi meu amigo e parceiro musical de longa data: Jardel Muniz, que ao perceber o quanto eu estava me expondo de corpo e alma nas novas canções. Eu curti de cara. Durante o processo de produção, decidi que só valia a pena se fosse entrega total! Tem canções em que falo abertamente sobre uma amiga que perdi pro cancer; Outra que fala da infância humilde etc… Tem duas canções que gravei completamente nu pra dar a dramaticidade de que eu precisava na interpretação da voz. O disco é repleto de coisas assim.
Robson:Como foi o processo de gravação?
O processo de gravação teve um clima muito bom, gravei sempre rodeado dos meus amigos. Amigos de verdade, daqueles que não só elogiam como apontam os possíveis “defeitos”, na interpretação, nos arranjos etc.. Fomos ¨leves¨, mas também muito minuciosos. Tive tempo pra testar bastante as sonoridades dos instrumentos até chegar onde eu queria. Experimentei bastante muitas texturas e elementos conceituais. Logo na primeira faixa, “Vai Passar”, inserimos um som de código morse com uma mensagem; na música “Eu Não Quero Desacreditar” gravei o audio do meu próprio coração pra usar de percussão. Fiquei super satisfeito com o resultado final.
Robson:Qual a mensagem que você visa transmitir através dele?
A mensagem que espero passar é que nós podemos ser mais humanos, não precisamos prender o choro, ou tentar carregar o mundo nas costas. Que a vida vale, e muito, que os dias ruins são essenciais para o nosso crescimento interno.
Robson:Para quem quiser adquirir, ou ouvir seu novo trabalho, como podem ter acesso ao seu trabalho?
O ¨Visceral¨ está em todas as plataformas digitais: Vou deixar aqui o link para ouvir via Spotify: https://open.spotify.com/album/5W7Avp1rdrlIXeXXGyKgot
O álbum físico ainda está na fábrica mas já pode ser reservado pelo site www.luizlopezbr.com
Robson:Temos muitos jovens que nos acompanham que pensam em seguir a carreira musical, que conselho você daria a eles?
Acredito que o artista não decide pelo caminho da arte, a arte que decide dominar sua vida. Eu sugiro que, quem tem esse ¨chamado¨, se dedique ao máximo e pesquise bastante sobre o seu tipo de som, faça um trabalho que realmente te represente e de que você se orgulhe. Depois se empenhe em mostrar pras pessoas. Se o som for honesto e de qualidade a magia acontecerá.
Robson:Para quem quiser acompanhar o seu trabalho, ficar por dentro das novidades, você tem algum site ou página oficial, para que possam acompanhar o seu trabalho?
A minha página oficial é : https://www.facebook.com/luizlopezbr/
Lá as pessoas podem acompanhar a agenda e todas nossas novidades.
Robson:Quero mais uma vez agradecer por aceitar o nosso convite, gostaria de deixar uma mensagem aos nossos leitores?
Eu é que agradeço pela oportunidade de falar um pouco mais sobre o ¨Visceral¨ e a minha carreira. Um grande abraço a todos os leitores e nos vemos pela estrada da vida.