No dia 12 de agosto de 1991 o METALLICA lançava um disco autointitulado, comumente chamado de ‘Black Album’. Até então, o Metallica era uma banda que vendia patches bordadas [ou pintadas em tecido preto grosso, como no Brasil] para caras com cabelos longos e sebosos.
A partir do lançamento desse disco, tudo mudou no Metal: para o Metallica, para os fãs de Metal, para os fãs do Metallica e para as pessoas que não eram nem fãs de Metal e muito menos de Metallica. Esse produto – difícil chamá-lo somente de ‘disco’, já que foi um dos últimos lançamentos épicos que abrangeram vinil, CD e cassete [e vídeo cassete também, uma vez que tanto o longo e custoso processo de gravação como a infindável turnê para promovê-lo foram lançados em duas fitas VHS e dois Laser Discs separadamente à época] – tem, dentre duas muitas qualidades, uma escolha muito feliz na sequência e cronologia das faixas, algo que se torna meio intangível em tempos de função shuffle e playlists. Tal seleção faz do ‘Black Album’ uma audição coesa e com uma unidade orgânica raramente capturada por uma banda – além de até hoje, mesmo com os avanços tecnológicos que a informática trouxe para a fonografia desde então, poder facilmente levantar a taça de melhor qualidade de som num disco de Heavy Metal na história.
Em passant: aos que já se assustavam e continuam abismados com a qualidade da sonoridade da obra, atentem-se para masterizações complementares e posteriores feitas oficial e profissionalmente na última década; há uma em DVD-Audio 5:1 lançada há alguns anos, um remaster em áudio 24/96 encomendado e comercializado pelo selo virtual HDTracks, e para os mais aficionados, um mix em PCM que circula pela internet [e que ocupa entre 7-8 GB de seu HD]. Tendo o equipamento certo para reproduzir tais versões, qualquer um compreende a grandeza da engenharia fonográfica aqui contida – saudações respeitosas a BOB ROCK e RANDY STAUB.
‘Metallica’ fez com que muito mais pessoas que jamais cogitariam sequer chegar perto de uma banda com tal nome fossem atrás dos trabalhos anteriores da banda do que o contrário – fãs egressos que se ofenderam com a ascensão da banda ao megaestrelato [cujo trono, para todos os efeitos, a ela ainda ocupa].
fonte: http://whiplash.net/