quinta-feira, 20 de outubro de 2016

PORÃO DO ROCK ENTREVISTA PROJECT46

Formada em 2008 e com dois álbuns cheios e um EP na bagagem, a banda paulista de metalcore Project46 está de volta ao Porão do Rock, dessa vez como headliner, fechando a programação de shows deste ano do Palco Pesado. Nesse bate-papo, o vocalista Caio MacBeserra fala das lembranças e expectativas quanto ao Porão e sobre o atual momento do quinteto.

Por Pedro Brandt

Quais as lembranças da banda de quando participou pela primeira vez do Porão do Rock em 2014?
Caio – Primeiro, muito obrigado pelo espaço. Sempre é uma honra tocar em Brasília, mais ainda no Porão! Ficamos sem palavras, é um dos festivais mais renomados do Brasil. Lembro que, além da estrutura do evento (organização e “equipos” de alta qualidade), o clima do evento era muito bom, parecia que estávamos tocando em casa. Isso nos ajudou a fazer um show enérgico e brutal. Além disso, dividimos o palco com bandas e pessoas que nos inspiram muito, como Cavalera Conspiracy, Raimundos, o D2, entre outras. Resumindo, foi muito gratificante para a banda entrar para história de um festival tão renomado.

Além do Porão, a banda já participou de grandes eventos como o Maximus Festival, no Chile, e, ano passado, no Rock in Rio. O que tocar nesses eventos significou para a banda?
Caio – Foram marcos, pontos de virada para a banda, tanto para nós, músicos, como para o som da banda em si. É muito bom aprender não só como funcionam esses festivais, como também aprender o que eles significam para a música. E usamos esse aprendizado em nossos shows e sons. Isso abriu muitas portas e ajudou o nome da banda a ser mais conhecido no meio artístico em geral, não só no nicho do rock/metal. Abriu-se um leque de novos fãs de diversos estilos e a simpatia e o respeito da galera de outros estilos.

Um dos diferenciais da banda são as letras em português. Quais os principais desafios de fazer som pesado cantado no idioma pátrio?
Caio – Além de mostrar que não interessa o idioma da música, fazendo um som com a sua cara, com alma e dedicação, a mensagem que queremos passar chega até os fãs. Muitos vão se identificar com você. No nosso caso, a resposta do público foi imediata, não pensamos em marketing, não pensamos em nada – só que o som nos agradou, e muito. E se agradou a cinco malucos, com certeza agradaria a outros cinco… E por aí foi.

O álbum “Que seja feita a nossa vontade” saiu em 2014. Dois anos depois, qual o balanço que a banda faz da trajetória do disco até aqui?
Caio – Olha, foram muitas conquistas. Esse álbum nos fez tocar nos maiores festivais do Brasil, se bobear em um dos maiores do mundo, caso do Rock in Rio. E nós não paramos. Queremos ir além, pois a nossa sede de tocar, de mostrar o groovebrasileiro para o mundo, é muita. Com um passo de cada vez, caindo, levantando, aprendendo com nossos erros e com nossos acertos.

Previsão de disco novo? O que é possível adiantar sobre ele?
Caio – Não temos previsão concreta ainda. Estamos em fase de produção de um álbum, o que eu posso adiantar é que está ficando pesado pra caralho! E levando em consideração muitas das nossas características, é o peso sempre associado a ritmos brasileiros, que é o que temos nas veias, a nossa raiz.

Que bandas ou discos você recomendaria para quem gosta de Project46?
Caio – Olha, muitos! Mas posso dizer, e a banda vai concordar, que acho que galera nova está muito carente de saber o porquê do metal hoje estar muito pesado. Então recomendo alguns álbuns que, além de me influenciar, fizeram parte da minha vida como fazem até hoje: “Vulgar Display of power” (Pantera), “Chaos A.D.” (Sepultura), “Master of puppets” (Metallica), “The real thing” (Faith No More”, “Nevermind” (Nirvana), “Lavô tá novo” (Raimundos), “Os cães ladram mas a caravana não para” (Planet Hemp), “Afrociberdelia” (Chico Science & Nação Zumbi) e por aí vai. Naquela época de 1985 a 1995 saiu coisa boa pra caralho!

underground no Brasil é formado por dezenas de bandas espalhadas em cenas que nem sempre se comunicam e se conhecem. Desse circuito, quais bandas vocês gostam e recomendam? Alguma banda do Distrito Federal entraria nessa lista?
Caio – Opa, tem várias! Por sinal, o Brasil está transbordando de bandas boas. Ponto Nulo no Céu (SC), Matakabra (PE), John Wayne (SP), Worst (SP) – que também vai tocar no Porão – e cada cidade que passamos ficamos de cara com as bandas. Em BH mesmo vi o Família Blessed, muito foda! Do DF, por exemplo, e que também vai tocar no Porão, tem Lost in Hate, pesado e animal! Ou seja, enquanto muitos acham que o Brasil está na UTI de som, tem muito som bom e de qualidade. É só parar de aceitar o que a mídia de massa quer que você engula. Tome as rédeas e vá atrás, escute o que você quer. É simples, indolor e não precisa de nenhuma habilidade especial.

Saiba mais sobre o Project46leia aqui

Caio MacBeserra convida a galera para o Porão do Rock
 

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